segunda-feira, 10 de novembro de 2008

introdução ao projecto


Um objecto ocupa um lugar, existe num dado espaço, e esse lugar ou espaço é realidade para ele. Lá, ele faz sentido e é eixo presencial de um conjunto de ligações produtoras de sentidos. Um objecto ocupa um lugar no seu mundo, instaurando uma rede de possibilidades físicas e afectivas, que intersecta, que actualiza. De natureza portátil, um objecto desloca-se. Ou, mais precisamente, é deslocado por alguém ou por uma força física que lhe é exterior. Ao instalar-se num novo lugar, opera como que uma chegada, uma abertura do novo. O acto de colocar um objecto num dado espaço é sempre um início, uma espécie de começo de tudo, tanto para o objecto, como para o próprio lugar que o acolhe, como para quem o percepciona e lhe atribui sentidos. A cada colocação: um mundo novo. E um novo objecto: coisa nova feita de um pouco mais do que a soma das coisas antigas que a sua memória gere. Um objecto acumula experiência na finitude da sua forma. E gera experiência na infinita potencialidade da [re]criação.

Um objecto é também um foco de desejo e um garante de pertença. Para um objecto colocado num dado espaço, determinamos uma série de relações: com o Eu, com o Nós, com o meio físico em volta. Um objecto pode adquirir uma dimensão simbólica para alguém individualmente, secretamente, ou para toda uma comunidade, como índice de uma situação de união, como metáfora de um imaginário colectivo, onde cada um dos seus elementos encontra identificação e uma ligação de pertença.

O projecto espaço de nós [inclusões em movimento] pretende pôr estes conceitos em práctica para depois reflectir sobre eles. É um projecto de investigação sobre arte e criação em contexto escolar, onde cabe pensar valores como a igualdade, o respeito, o direito à diferença, a tolerância. Tem como objectivo promover, através da arte e da criação, uma rede de inclusões, propondo a ideia de nó[s].