O mundo passou pela Foz do Arelho, pelas mãos de alguns dos artistas que fazem o MUS-E nas escolas de Portugal, Espanha, Bélgica e outros ainda mais nómadas [do projecto Sharing Voices].
Não, não foi batota, porque estes artistas são uma espécie de meninos e meninas grandes, com muita vontade de jogar, aprender e partilhar brincadeiras. Para além disso, têm as mãos e os olhos muito parecidos com os das crianças, ou seja, o mundo ficou muito bem entregue: eles souberam olhar, tocar e cuidar...
Mas, como sempre acontece quando se juntam pessoas criadoras, deu-se uma transformação. Muito radical, como o acto de fazer arte é! Foi mais rápido do que o habitual, porque o Encontro Nacional de artistas MUS-E durou dois dias, mas garanto-vos: foi uma transformação fantástica!
Primeiro, a Eva, com a dança e o movimento, ajudou-nos a sentir o mundo, tal como nos chegou às mãos vindo de S. Lourenço.
Como é ser mundo e rebolar?
Como é ser redondo e girar?
E que novas formas pode este mundo tomar?
Das ideias que surgiram fizemos uma só, porque essas ideias estavam mesmo a pedir para se juntarem, e todos assim concordaram.
Então ficou decidido que o mundo azul, que viajou da escola de S. Lourenço até ao Encontro na Foz do Arelho, se havia de transformar...
numa ESPIRAL QUE TEM O COMEÇO NUMA SEMENTE PEQUENINA MAS QUE TEM O PODER DE CRESCER ATÉ AO INFINITO E GERAR VIDA PORQUE VIVE NUM LUGAR MUITO HÚMIDO E FÉRTIL
uff... que nome comprido!
Ainda bem que os conselheiros resolveram chamar-lhe simplesmente
GÉA
Ora, mãos à obra, vamos lá transformar este objecto azul:
os construtores desfizeram a forma do mundo [e lá dentro encontraram muitos segredos... um dragão enrolado, restinhos de pêlo de ovelha, e o que parecia ser uma parte de uma bota...];
os projectistas projectaram no papel a Géa e toda a sua complexa existência e envolvência;
os cenógrafos trabalharam em diálogo com os projectistas e fizeram o mundo de Géa saltar do papel para o espaço;
os conselheiros, sábios pensadores, escreveram o seguinte:
"local e data de nascimento: Foz do Arelho, 14/03/10
nome: Géa
pai/ mãe: adultos
destino: Quinta do Alçada, Leiria
objectivos de vida: veículo transmissor de conhecimentos; proporcionador de experiências tactéis, visuais, olfativas, auditivas [e paladar, se houver maçãs no cenário]; transmissor de raciocínio, ideias... pensamento lógico; proporcionador de contacto físico entre as pessoas; desenvolve a criatividade e a imaginação
impacto no destinatário: surpresa, novidade, organização espaço-temporal, partilha, confiança, amizade... recriação
qualidades de Géa: afável, desinibida, maleável, moldável, permeável, frágil, camaleónica, mente aberta, tem vida própria, é plena de conhecimento porque contém em si um conjunto de fragmentos acabando por criar unidade
conselhos para Géa: cuidado na viagem, és frágil; deves abrir-te sem constrangimentos aos teus novos criadores; deves aceitar bem a diferença e não ser preconceituosa
a Géa é: perene, eterna, imortal"
Tantas coisas para dizer sobre Géa!
Tantas coisas para esperar dela, tantas expectativas...
O mundo de Géa parece complexo, mas a música tem o poder de tornar tudo inexplicavelmente simples. A música aponta certeira ao coração, à emoção, à pele que se arrepia. Com a voz, o corpo e instrumentos surpreendentes, procuramos a sonoridade desta tão nova Géa.
Juntos arrepiámo-nos.
Num círculo musical.
Num nó improvisado.
Num grande NÓS.
Obrigada a todos os que participaram na feitura deste NÓ!
E boa sorte Géa! Boas viagens!
Que sejas tudo o que para ti sonharam.
segunda-feira, 22 de março de 2010
sexta-feira, 12 de março de 2010
voa, enrola, rebola...
mundo, dragão, mundo
voa, enrola, rebola
cresce, aparece, gira
corre, desliza, foge!
abraça...
seguro-te nas mãos
aperto-te contra o peito
escondo-te atrás das costas
corro ao teu lado
escondo-te debaixo da camisola
conto-te um segredo ao ouvido
levanto-te até às nuvens
ponho-te às cavalitas do foguetão
conto-te histórias à noite naquela casa
ponho-te no joelho
salto contigo no ombro
rebolo ao teu lado pelo chão
e isto é só o começo...
com a Eva descobrimos o mundo onde o mundo vive,
com casas, árvores, meninas, aviões, foguetões, nuvens,
como tudo se mexe e dança
e se desembrulha no espaço
outros saberão cuidar de ti, querido mundo
não te esqueceremos em S. Lourenço
até um dia destes, numa outra forma, quem sabe...
obrigada a todos em S. Lourenço: Sandra, Maria João, Paulo, Neiva, Eva, meninos e meninas, auxiliares, educadoras e professores, a todos um sincero obrigado por terem tão bem recebido um dragão cospe fogo e por terem feito nascer um MUNDO tão cheio de nós!
quarta-feira, 10 de março de 2010
o mundo!
Foi o mundo o projecto vencedor, com 11 votos seguido do candeeiro com 7. E que bem que a menina-porta-voz do mundo soube defender as ideias e o projecto do seu grupo!
Pois mundo sejas, ó dragão!
Zás trás pás e já está, com a ajuda do Neiva, da Pof. João e de todos os meninos e meninas, temos um mundo deliciosamente azul.
E também temos um fantástico foguetão, uma cerejeira e mais algumas árvores, um sol verde, algumas nuvens, um avião e uma casa. O mundo não se sentirá sozinho quando sair de S. Lourenço e andar nas suas viagens por terras de Portugal. O mundo desloca-se a rolar pelo chão, como uma bola, igual a tantas outras.
Como é costume dividimo-nos em 4 grupos: os projectistas [que desenharam o mundo e foram inventando mais coisas para nele pôr]; os construtores [que transformaram um valente dragão num mundo bem redondo; os cenógrafos [que trataram de construir no espaço o que estava projectado no papel... e mais algumas coisitas...]; e os sábios conselheiros, que pensaram, pensaram, e chegaram a 12 importantes conselhos para o mundo, quando ele se puser ao caminho nesta sua nova forma e nesta sua nova vida:
1. o mundo deve pedir às pessoas para não poluírem a água e o ar;
2. o mundo deve pedir às pessoas para não fazerem fogueiras nas florestas;
3. quando o mundo sair da nossa escola deve ter cuidado a atravessar a rua e respeitar os sinais até chegar a outra escola;
4. quando chegar à outra escola, os meninos devem pegar no mundo para ele se sentir seguro e não ter muitas saudades de S. Lourenço;
5. o mundo deve dizer às pessoas para apanharem as caganitas dos animais, por exemplo dos gatos e dos cães;
6. o mundo deve ensinar os meninos a fazerem reciclagem;
7. o mundo deve rolar no chão para sentir que já não voa;
8. devemos cuidar do mundo para ele não ficar triste;
9. o mundo deve pedir aos meninos para serem todos amigos;
10. o mundo deve pedir a todos para tratarem bem os animais;
11. o mundo deve pedir aos homens para não matarem;
12 o mundo deve ser amigo dos foguetões, do sol, das estrelas e de todos os planetas.
Temos dito!
Pois mundo sejas, ó dragão!
Zás trás pás e já está, com a ajuda do Neiva, da Pof. João e de todos os meninos e meninas, temos um mundo deliciosamente azul.
E também temos um fantástico foguetão, uma cerejeira e mais algumas árvores, um sol verde, algumas nuvens, um avião e uma casa. O mundo não se sentirá sozinho quando sair de S. Lourenço e andar nas suas viagens por terras de Portugal. O mundo desloca-se a rolar pelo chão, como uma bola, igual a tantas outras.
Como é costume dividimo-nos em 4 grupos: os projectistas [que desenharam o mundo e foram inventando mais coisas para nele pôr]; os construtores [que transformaram um valente dragão num mundo bem redondo; os cenógrafos [que trataram de construir no espaço o que estava projectado no papel... e mais algumas coisitas...]; e os sábios conselheiros, que pensaram, pensaram, e chegaram a 12 importantes conselhos para o mundo, quando ele se puser ao caminho nesta sua nova forma e nesta sua nova vida:
1. o mundo deve pedir às pessoas para não poluírem a água e o ar;
2. o mundo deve pedir às pessoas para não fazerem fogueiras nas florestas;
3. quando o mundo sair da nossa escola deve ter cuidado a atravessar a rua e respeitar os sinais até chegar a outra escola;
4. quando chegar à outra escola, os meninos devem pegar no mundo para ele se sentir seguro e não ter muitas saudades de S. Lourenço;
5. o mundo deve dizer às pessoas para apanharem as caganitas dos animais, por exemplo dos gatos e dos cães;
6. o mundo deve ensinar os meninos a fazerem reciclagem;
7. o mundo deve rolar no chão para sentir que já não voa;
8. devemos cuidar do mundo para ele não ficar triste;
9. o mundo deve pedir aos meninos para serem todos amigos;
10. o mundo deve pedir a todos para tratarem bem os animais;
11. o mundo deve pedir aos homens para não matarem;
12 o mundo deve ser amigo dos foguetões, do sol, das estrelas e de todos os planetas.
Temos dito!
segunda-feira, 8 de março de 2010
chegou o dragão
O dragão chegou à escola de S. Lourenço e encontrou um grande abraço feito em roda e feito de música. Ficou a conhecer a Coca, grande exemplar da família dos dragões que vive em Monção. E o Paulo, a João e todos os meninos e meninas de uma turma de 3º+4º ano. Dançámos e cantámos os dragões, os que andam pelas nuvens, e os que se aventuram pelas terras! Escutámos o que nos disse este dragão viajante, os seus mais profundos desejos de transformação, e...
surgiram algumas ideias...
1. talvez o dragão se possa transformar numa MULHER porque já está cansado de andar pelos ares e talvez possa ser antes uma amiga dos anjinhos que decide vir para a terra, já que é o dia da mulher
2. talvez possa ser um CANDEEIRO porque já está farto de andar no céu quer experimentar ocupar um lugar na terra, andar nas mãos dos homens e dar-lhes luz
3. talvez possa ser um PIRATA porque já está farto de voar e pode usar a magia de dragão para se transformar num pirata que também é um bocadinho diferente, tem uma pala no olho, um papagaio de estimação e um gancho para se defender dos outros
4. talvez possa ser uma BORBOLETA porque está farto de mandar fogo pela boca e assim pode levar o arco-íris às bolinhas nas asas
5. talvez possa transformar-se no MUNDO porque a terra são nós que nós fazemos todos de mãos dadas e porque a terra são muitas crianças juntas
talvez...
Mas só na quarta saberemos em que é que o dragão se vai mesmo transformar. Com projectos tão interessantes vai ser difícil a escolha.
Na quarta-feira, 10 de Março, voltamos a encontrar-nos e votamos!
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
a subir
Ora então...
A primeira vontade de fazer nós começou em Évora
Começou dentro da alma de uma bota
Inquieta, curiosa, aventureira
No primeiro nó foi transformada em ovelha
Depois, pôs-se a caminho de Lisboa
E aí fez-se dragão
Caminha, dragão, caminha e voa até ao nosso encontro
Como quem sobe uma montanha e tece com fogo as nuvens
E chegarás a Vila d'Este, à escola de S. Lourenço
Entre 8 e 12 de Março, nós faremos contigo um nó!
A primeira vontade de fazer nós começou em Évora
Começou dentro da alma de uma bota
Inquieta, curiosa, aventureira
No primeiro nó foi transformada em ovelha
Depois, pôs-se a caminho de Lisboa
E aí fez-se dragão
Caminha, dragão, caminha e voa até ao nosso encontro
Como quem sobe uma montanha e tece com fogo as nuvens
E chegarás a Vila d'Este, à escola de S. Lourenço
Entre 8 e 12 de Março, nós faremos contigo um nó!
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
assim se começa a caminhar um mundo novo
O dragão apareceu no meio das coisas normais. Não sabia bem como ser. Como ser dragão num mundo onde os dragões não existem. Onde as coisas são reais. É este o seu problema. Por um lado, sente-se fascinado com as coisas deste mundo [o nosso], por exemplo, formas de transporte como as carrinhas [as pessoas deslocam-se pelo chão!]; as vozes das pessoas [delicia-se a ouvi-las mas não compreende o significado!]. Por outro lado, sente-se intimidado com tamanho grau de normalidade... Fica expectante, sem se mexer, no meio das pessoas e das coisas.
Quando aparece a menina-anjo tudo começa a desenrolar-se como um novelo de lã. A menina-anjo sabe bem o que é estar entre as coisas da terra e as coisas dos outros lados. Aproxima-se devagar, envolve o dragão com a sua voz doce, e o dragão sossega e confia. Assim começa um estranho caso de amor... No lugar intermédio entre o "tu" e o "eu", no meio de um nós confuso, mas cheio. Sem dúvida muito cheio. Rico de muitas vozes e muitas mãos que abriram caminho para o dragão.
E lá foi ele outra vez de viagem.
Antes de partir, o dragão disse-me algumas coisas importantes. Que foi muito bom, mesmo muito especial poder transformar-se no Bairro dos Navegadores. Que foi muito bem tratado, com força e imaginação, com carinho e protecção. E pediu-me, se faz favor, que vos agradecesse.
Então, eu passo a mensagem: aos meninos e meninas do 3ºano, à Prof. Vanessa, ao Efthímios, à Paula, ao Alexandre, ao Tiago: Obrigado!
Ou melhor:
- "<^|?"#!!" ["Obrigado"] - foi o que disse o dragão numa língua estranha.
Quando aparece a menina-anjo tudo começa a desenrolar-se como um novelo de lã. A menina-anjo sabe bem o que é estar entre as coisas da terra e as coisas dos outros lados. Aproxima-se devagar, envolve o dragão com a sua voz doce, e o dragão sossega e confia. Assim começa um estranho caso de amor... No lugar intermédio entre o "tu" e o "eu", no meio de um nós confuso, mas cheio. Sem dúvida muito cheio. Rico de muitas vozes e muitas mãos que abriram caminho para o dragão.
E lá foi ele outra vez de viagem.
Antes de partir, o dragão disse-me algumas coisas importantes. Que foi muito bom, mesmo muito especial poder transformar-se no Bairro dos Navegadores. Que foi muito bem tratado, com força e imaginação, com carinho e protecção. E pediu-me, se faz favor, que vos agradecesse.
Então, eu passo a mensagem: aos meninos e meninas do 3ºano, à Prof. Vanessa, ao Efthímios, à Paula, ao Alexandre, ao Tiago: Obrigado!
Ou melhor:
- "<^|?"#!!" ["Obrigado"] - foi o que disse o dragão numa língua estranha.
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