segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

assim se começa a caminhar um mundo novo

O dragão apareceu no meio das coisas normais. Não sabia bem como ser. Como ser dragão num mundo onde os dragões não existem. Onde as coisas são reais. É este o seu problema. Por um lado, sente-se fascinado com as coisas deste mundo [o nosso], por exemplo, formas de transporte como as carrinhas [as pessoas deslocam-se pelo chão!]; as vozes das pessoas [delicia-se a ouvi-las mas não compreende o significado!]. Por outro lado, sente-se intimidado com tamanho grau de normalidade... Fica expectante, sem se mexer, no meio das pessoas e das coisas.

Quando aparece a menina-anjo tudo começa a desenrolar-se como um novelo de lã. A menina-anjo sabe bem o que é estar entre as coisas da terra e as coisas dos outros lados. Aproxima-se devagar, envolve o dragão com a sua voz doce, e o dragão sossega e confia. Assim começa um estranho caso de amor... No lugar intermédio entre o "tu" e o "eu", no meio de um nós confuso, mas cheio. Sem dúvida muito cheio. Rico de muitas vozes e muitas mãos que abriram caminho para o dragão.

E lá foi ele outra vez de viagem.

Antes de partir, o dragão disse-me algumas coisas importantes. Que foi muito bom, mesmo muito especial poder transformar-se no Bairro dos Navegadores. Que foi muito bem tratado, com força e imaginação, com carinho e protecção. E pediu-me, se faz favor, que vos agradecesse.

Então, eu passo a mensagem: aos meninos e meninas do 3ºano, à Prof. Vanessa, ao Efthímios, à Paula, ao Alexandre, ao Tiago: Obrigado!

Ou melhor:
- "<^|?"#!!" ["Obrigado"] - foi o que disse o dragão numa língua estranha.